Ser feliz é um direito humano universal e prioritário

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Ser feliz é um direito humano universal e prioritário
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Tempo de leitura: 4 minutos

Estamos tão ocupados a definir-nos com qualidades positivas derivadas do mundo do desempenho e da produtividade que não nos apercebemos quão inclinados estamos para neglegenciar todos os aspetos de serenidade e entusiasmo que poderíamos experienciar diariamente. Vamos tentar neutralizar em conjunto os efeitos negativos do stress, dos pensamentos negativos e intrusivos e das preocupações que habitam nas nossas mentes e nos nossos corações. Para isso, devemos perguntar-nos primeiro que tipo de relação temos com ser feliz, com a possibilidade de enfrentar os nossos medos, de olhar para as questões ansiosas das nossas vidas. Varremos tudo para debaixo do tapete? Minimizamos os problemas e desvalorizamos os seus efeitos no nosso comportamento? Julgamo-nos por não conseguirmos ir mais além?

Pontos de reflexão

A partir da pesquisa e da literatura psicológica, sabemos que os humanos têm uma certa quantidade de energia para lidar com a carga emocional das situações stressantes que encaram, mas também estamos conscientes do elevado risco de sobrecarga e tendência quando os recursos são escassos.

Ser feliz é um processo que começa quando queremos enfrentar as dificuldades e termina com a liberdade para descrevê-las com palavras que as esvaziem, passando por um novo olhar sobre si mesmo.

Para fazer isto, propomos alguns pontos de reflexão para partilhar com as pessoas que vivem nos nossos espaços e mentes ou para explorar autonomamente quando estamos prontos para dedicar tempo a nós mesmos.

  1. Pensar em felicidade não significa evitar responsabilidades
    Estamos tão habituados em pensarmos em nós com pressa, sobrecarrgados, no limite das nossas energias que a ideia de sermos felizes torna-nos culpados, preguiçosos e não orientados para a produção de valores. As pesquisas e a psicologia dizem-nos em voz alta que dedicar-nos ao que nos faz felizes melhora a concentração, a perceção própria e o bem estar psicofísico no geral.
  2. Pensamentos recorrentes não devem ser ignorados, eles indicam o caminho. Todos nós carregamos pensamentos intrusivos
    Eles entram sorrateiramente nos nossos dias, drenam a nossa energia, trazem-nos stress e confusão. Evitá-los ou tentar reprimi-los tem o mesmo efeito que apagar a estrada do mapa e encontrar atalhos por conta própria. Eles devem ser vistos, colocados sobre uma lupa pelo tempo que for necessário para entender como geri-los. Quanto mais cedo melhor, antes que seja demasiado tarde.
  3. Não é verdade que se não fizer, mais ninguém faz
    O contexto familiar, cultural e social em que estamos imersos exige super-heróis, mas silenciosos. Aprendemos a estar lá para os outros, sentindo-nos únicos, indispensáveis mas também muito sozinhos. Deixar ao outro, mesmo quando pequeno e inexperiente, a possibilidade de tomar conta dos seus compromissos e responsabilidades ajuda-nos a reduzir as dificuldades e a omnipotência.
  4. Quão receoso é das suas emoções negativas?
    Ser feliz nunca é uma questão de ingenuidade ou de leveza infantil. Parar para refletir sobre como encontrar a alegria de viver e o entusiasmo que a envolve começa quando descobrimos o motivo pelo qual a perdemos. Significa aceitar a tristeza e muitas vezes a raiva que dá cor aos nossos dias. E isto é, certamente, mais assustador que o hábito do stress a que nos sujeitamos continuamente.
  5. Stress, preocupações e sobrecarga estão todos presentes na imagem que tem de si
    A realidade é uma questão de olhares, de pontos de vista a partir dos quais observamos pessoas e as suas relações. A narração de nós mesmos, no limite da energia, pronta para explodir a qualquer momento, é apenas uma das possíveis descrições que nos preocupam. Entender porque é que é predominante pode ser o início do caminho para o conhecimento no qual nos sentimos efetivos.
  6. Fazer coisas para os outros não garante o amor deles
    Repetimos constantemente para nós mesmos quão cansativo é ser útil para toda a gente, o pouco que somos reconhecidos, quando, mesmo no trabalho, todos os gestos são tomados como garantidos. E se nos começássemos a perguntar o que é que esperamos realmente do reconhecimento? Até que ponto a frustração de não sermos vistos tem a ver com o desejo inato de sermos amados? Não é a substituir os outros que faremos com que nos amem e encontraremos a nossa felicidade.
  7. Felicidade não é algo que merecemos, é algo que vivemos
    A vida não é uma pista de obstáculos ou um nível de um jogo em que ganhamos um prémio. É um caminho absolutamente pessoal, em que não temos que merecer alegria, um momento de felicidade ou pensar em estar satisfeito. Ser feliz é uma parte da natureza humana, é uma condição para sobrevivência e para a qualidade do nosso futuro e para as nossas relações com as pessoas que amamos. Não é acessório, mas sim uma necessidade para a qual temos que ser os principais responsáveis.

Construir novos significados a partir destas reflexões é o primeiro objetivo para atingir numa perspetiva de alegria que não pode apenas ser descoberta, tem que ser redescoberta

Dê as boas-vindas à Whirlpool, desenhada para o seu bem-estar.

Artigo escrito para a Whirlpool por Dra. Valeria Locati

 

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